Castelo de Paiva promoveu marcha lenta de protesto

A Câmara Municipal de Castelo de Paiva promoveu ontem à tarde, uma marcha lenta que juntou mais de duas centenas de viaturas, procurando desta forma, “ demonstrar total indignação pela falta de compromisso dos sucessivos Governos, relativamente ao nosso concelho e à nossa região, em matéria de acessibilidades “, destacou o presidente da edilidade, Gonçalo Rocha, à chegada a Penafiel, no final desta Acção de Protesto, que contou com a presença de deputados do Partido Socialista e Bloco de Esquerda, autarcas locais, dirigentes políticos e associativos, IPSS e muitos paivense e populares de freguesias vizinhas que se associaram à jornada reivindicativa que, apesar do mau tempo que se fez sentir, teve uma grande adesão.

seg 24 ago, Informação Oficial

Convocada pela autarquia de Castelo de Paiva, a Marcha Lenta, teve inicio em Canedo, junto ao Nó de Acesso da A32 em Santa Maria da Feira, evoluindo em direcção à urbe paivense, passando pela Variante à EN 222., prosseguindo depois, para norte, pela Variante à EN 224 com destino a Entre-os-Rios, atravessando a ponte sobre o Rio Douro, pelo único troço existente do IC 35, entrando no complicado corredor da EN 106, até à entrada da cidade de Penafiel, num total de 47 quilómetros percorridos.
A acção, segundo o edil Gonçalo Rocha, pretendeu demonstrar a lentidão que, ao nível de acessibilidades, se evidencia todos os dias para entrar e sair do concelho e a necessidade de melhores acessos de Castelo de Paiva à A32, em Santa Maria da Feira, e à A4, em Penafiel, dizendo basta ao martírio diário que se traduz a travessia da EN106, sendo que também, a autarquia de Castelo de Paiva reclama a urgente construção do troço final de cerca de 9 quilómetros da Variante à EN 222 para assegurar a ligação ao nó da A32 e também da variante à EN 106, conhecida como IC35, ligando Penafiel a Entre-os-Rios, “ duas ligações fundamentais para o nosso tecido empresarial e para manter as nossas empresas, criar e atrair novos postos de trabalho”, reafirmou o autarca socialista, insatisfeito com o permanente desprezo que os governos têm evidenciado relativamente ao concelho, não assumindo as promessas que foram sendo feitas desde a tragédia da Ponte de Entre-os –Rios, daí o apelo ao Governo para que ponha cobro ao estrangulamento rodoviário do concelho e que seja assumido o curso definitivo deste problema.
Recorde-se que, há cerca de duas décadas que Castelo de Paiva e Penafiel reclamam a construção do IC 35, sendo que, para o autarca paivense, o troço anunciado entre Penafiel e Rans, não resolve o problema do estrangulamento de Castelo de Paiva, nem perspectiva sequer, a ambicionada construção na íntegra do IC 35 até Entre-os-Rios, desde sempre reclamado pela população e assumido logo após a tragédia de 4 de Março de 2001.
“ Não aceitamos a solução que foi anunciada, pois o município de Castelo de Paiva continuará arredado dos principais eixos rodoviários do país. A não contemplação da zona mais a sul da EN 106, em direcção a Entre-os-Rios, é a que apresenta mais estrangulamentos, com quase 14.000 veículos por dia, e níveis mais elevados de sinistralidade e com este tipo de comportamento nunca mais vão existir os 40 milhões de euros para concluir o IC 35 “, refere Gonçalo Rocha, que salienta que, a actual posição do município de Castelo de Paiva nada tem a ver com questões partidárias, pois em 2010 também o autarca local já havia criticado Governo de Portugal, então do Partido Socialista.
Segundo o presidente da edilidade, o bloqueio rodoviário de Castelo de Paiva deve-se, em parte, à postura de António Ramalho, actual presidente de Infraestruturas de Portugal, que tem tido postura inadmissível face às pretensões legitimas deste município, só olhando para os números e não se mostrando sensível às dificuldades deste concelho que foi fustigado por uma das maiores tragédias do país, a derrocada da ponte de Entre-os-Rios, em 200, não sendo concretizados os compromissos assumidos à data.
A população local mostra indignação por António Ramalho não aceitar dar luz verde às duas infraestruturas rodoviárias reclamadas por Castelo de Paiva, nomeadamente a ligação à A32 em Canedo (St.ª M.ª da Feira), e à A4, em Penafiel e continuar a ignorar o estrangulamento actual, o que muito prejudica o tecido empresarial e a economia do concelho e da região, tendo em conta que, estas são obras fundamentais para servir uma vasta região, também orientada para os territórios de Marco de Canaveses e Cinfães e a zona sul do município de Penafiel.
Reclamando justiça, Gonçalo Rocha, referiu que, “ quem vive em Lisboa está distante da realidade, por isso discordamos da estratégia anunciada pelo Governo e vamos com certeza, fazer outras iniciativas de protesto”, reafirmando que a população de Castelo de Paiva está cansada de verificar, ao longo de vários anos, muitos anúncios, muitos projectos de resolução, muitos documentos da Assembleia da República, mas em termos práticos nada tem acontecido, por isso, “ estamos fartos e cansados de tanto anúncio e tanta promessa. A nossa revolta começa a atingir níveis preocupantes”, avisou, exclamando ainda que, “ a paciência dos paivenses esgotou-se, num povo que é sereno, que tem conseguido sempre dar a volta, mesmo em momentos muitos difíceis”, sublinhando depois que, as críticas que tem feito ao comportamento dos sucessivos governos, por não terem cumprido as promessas em matéria de acessibilidades, “abrangem todos os partidos do arco da governação”.
Apesar do mau tempo, o autarca paivense faz um balanço positivo da Acção de Protesto, recordando as mais de duas horas que demorou a cumprir o percurso da marcha lenta, frisando ter ficado “demonstrada a necessidade de melhores acessibilidades, com ligações rápidas aos grandes eixos rodoviários do país”, acrescentando estar cansado de “conversa enrolada”, ao mesmo tempo que assegurava a intenção de “manter o pé pesado, no sentido de demonstrar ao país” que Castelo de Paiva “ainda existe”.

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