Núcleo de Experiencias Turísticas do Couto Mineiro do Pejão em funcionamento

Situado junto à zona ribeirinha do Douro, este projeto foi desenvolviso para dar a conhecer um pouco daquilo do que foi a epopeia da exploração carbonífera no território paivense, onde estiveram presentes na cerimónia de inauguração, o presidente do Município José Rocha, assim como os representantes da UPICK, ADEP, ARCAF e GDC de Pedorido, parceiros neste projecto.

 A Câmara Municipal de Castelo de Paiva procedeu, na manhã de ontem, à abertura do Núcleo de Experiencias Turísticas do Couto Mineiro do Pejão, que fica situado em instalações, criadas para o efeito, no Parque de Lazer do Choupal, em Pedorido, um espaço privilegiado junto à zona ribeirinha do Douro, para dar a conhecer um pouco daquilo que foi a epopeia da exploração carbonífera no território paivense, sendo que, as cerimónias de inauguração desta estrutura turística e promocional contaram com uma cerimónia oficial, com destaque para o registo das intervenções do edil paivense José Rocha e dos representantes da UPICK, ADEP, ARCAF e GDC de Pedorido, parceiros neste projecto.

                Com esta iniciativa, pretende-se avançar com um conjunto de propostas de actividades interpretativas e de estratégias de envolvimento da comunidade a implementar território mineiro, sendo certo que, o centro de experiências mineiras é uma viagem ao antigamente e à memória daquela que foi a maior extracção mineira de carvão do século passado.

      Joaquim Pereira, responsável da empresa UPICK, que vai assegurar a exploração desta estrutura de divulgação turística da temática mineira, referiu que, começa agora o caminho para evidenciar toda a história mineira, contando com todos para este desígnio, agradecendo a todos os que colaboraram neste projecto, em especial à Câmara Municipal pelo empenhamento que tem tido, no sentido de tornar Castelo de Paiva um destino turístico mineiro.

      Por seu lado, Martinho Rocha, presidente da ADEP, destacou que, quando se sonha e se acredita, a obra nasce e na ADEP tem havido gente que sonha, aproveitando para ler um texto do Engº Mário Gonçalves, sócio da colectividade, que no seu livro “ Memórias das Minas do Pejão “, realça a necessidade do Museu das Minas do Pejão, associado a uma linha de caminho de ferro turístico nas margens dos rios Arda e Douro, e a Ponte Velha de Pedorido, com o funcionamento de uma das três velhas locomotivas que ainda se encontram em Portugal.   

                Já Armando Faria, da ARCAF, falou no projecto de digitalização em 3D das Minas do Pejão apresentado à autarquia paivense, acolhido com simpatia e entusiasmo e integrado neste projecto da requalificação da zona ribeirinha das Concas, recordando memórias do sítio do Choupal, onde começou a actividade do Pejão Atlético Clube, a barca de passagem no Rio Douro e o estaleiro dos barcos Rabões pertencentes à Empresa Carbonífera do Douro, que faziam o transporte do carvão para a zona do Porto.

                José Soares, do Grupo de Dinamização e Cultura de Pedorido, lembrou que a colectividade continua próxima da problemática mineira, referindo que este núcleo agora inaugurado, terá que ser o ponto de partida para o futuro Museu Mineiro, a grande aspiração de todos os envolvidos neste projecto concelhio, dando o exemplo das Minas da Urgeiriça já encerradas, e com museu em funcionamento com a apoio da EDM- Empresa de Desenvolvimento Mineiro, alertando as entidades presentes para esta necessidade, agradecendo depois, a todos os que cederam material para esta exposição permanente, pensando no interesse colectivo.    

       O edil José Rocha, evidenciou a vontade do actual Executivo Municipal em recuperar memórias do tempo mineiro, de forma a potenciar atractividade turística e trazer visitantes ao concelho, sendo que, o autarca paivense considerou que o turismo é um sector fundamental para dinamizar a economia local e alavancar oportunidades de negócio, e atrair investimento para o território, daí insistir na necessidade de se dar passos importantes neste domínio, no sentido de criar atractividade ao território, promovendo acções estratégicas para projectar o concelho, divulgar as potencialidade e criar riqueza com dinâmicas económicas e sociais

      Agradecendo à Junta de Freguesia e à entidades parceiras a colaboração neste projecto, José Rocha destacou um dia marcante para o concelho, evidenciando a linha do tempo, passando os ensinamentos de outrora e a cultura do povo mineiro, testemunhado num legado que não pode ser ignorado e esquecido, sendo que existe a obrigação de lutar para que essas memórias se mantenham.

      O presidente da Câmara Municipal destacou a colaboração disponibilizada pela EDM, anunciando que está a ser articulado com esta entidade, o projecto de recuperação do PG1, em Germunde, estando numa fase de negociação a aquisição aos Bombeiros de Castelo de Paiva, para além da elaboração do projecto de recuperação da Casa da Malta onde será instalado o futuro Museu Mineiro, dando hoje o primeiro passo para que essas memórias passem de geração em geração.

     Esta actividade, refere José Rocha, molda até hoje as gentes de Castelo de Paiva, e por isso, neste centro interpretativo é possível encontrar alguns objectos que faziam parte do dia-a-dia do Mineiro do Pejão, quer da vida profissional, quer da parte mais pessoal, sendo que, neste local, podemos também viver o passado através da realidade virtual em 3D, que permite uma viagem ao interior da mina com todas as sensações que a descida provocava, tentando desta forma, uma aproximação do que os mineiros sentiam na sua ida para o trabalho.

      A edilidade paivense tem planos para a zona mineira, nomeadamente a recuperação de algum edificado que sobreviveu com passar dos anos, e o presidente José Rocha destaca a importância de valorização do legado do Couto Mineiro do Pejão, não descurando o interesse em desenvolver uma estrutura museológica, que envolvendo a comunidade local, possa mostrar a história das Minas do Pejão e reunir algum acervo fotográfico e documental disponível, recordando neste caso a intervenção ao nível da requalificação do Cavalete do Fôjo, uma estrutura mineira desactivada em 1968, localizada em Folgoso, e actualmente propriedade da União de Freguesias do Couto Mineiro do Pejão.

      Este é um projecto de promoção local, que surgiu por forma a dar resposta à necessidade de disseminar o património material e imaterial associado às Minas do Pejão, e em simultâneo, desenvolver acções de promoção, demonstração e disseminação da oferta cultural turística disponibilizada pelo Município em todas as suas diferentes valências, designadamente alojamento, produtos agro-alimentares e artesanais, procurando contribuir para o surgimento de novos e inovadores produtos e serviços, promovendo a competitividade do tecido empresarial de Castelo de Paiva, bem como a sua consolidação.

      Trata-se de uma estrutura amovível, instalada no Couto Mineiro do Pejão, no caso concreto na Zona de Lazer do Choupal, em Pedorido, constituída por dois corpos distintos: um de forma quadrada, que funcionará como espaço de recepção aos visitantes, de promoção de espólio mineiro, e de promoção e demonstração de produtos locais, alojamento e eventos, e outro, mais oblongo, que fará a recriação/demonstração do ambiente no interior de uma galeria mineira, com recurso a técnicas inovadoras de projecção de imagens em 3D, recriação de sons, entre outros.

                Depois desta cerimónia, seguiu-se uma exibição de estátuas vivas dedicadas ao tema “ A Família Mineira “, e uma Procissão Solene em honra de Santa Bárbara, desde o Choupal das Concas até à Igreja Matriz de Pedorido, onde foi celebrada uma missa em memória dos Mineiros do Pejão.

      Ao final da manhã, foi ainda realizada a bênção do Núcleo de Experiencias Turísticas do Couto Mineiro do Pejão, pelo Reverendo Tiago Santos, seguindo-se um momento dedicado ao Hino do Pejão e Hino da Santa Bárbara, cantados por mineiros e comunidade local, sendo que, a tarde foi ocupada com visitas à exposição permanente e visualização de filmes em 2D e 3D.